18 de dezembro de 2011

Zumbilândia

Quase toda noite era isso: o bebê dormia mamando no colinho da mamãe e papai colocava o pequenino no berço. Depois de uns 20 minutos, o moleque começava a berrar. Queria o colinho e o corpo quentinho da mamãe. Lá ia o papai pegar o nenê no berço e trazer ele de volta pros braços da mamãe. Ela, já porre de sono, adormecia com ele no colo e acordava 1h depois, assustada com o horário. O papai, que não era besta nem nada, já tava dormindo no lado dele da cama, mas era obrigado a acordar com o chamado da mamãe pra colocar de novo o menino no berço. Depois de 1h, mais ou menos, eis que um chorinho rasgava a madrugada: era o pequenino chamando de novo pela mamãe. E assim o tempo passava, até o dia seguinte... A essas alturas papai e mamãe já tinham virado zumbis e estavam prontos para comer o cérebro de quem passasse na rua... :P

Mas o mais bacana era quando isso acontecia dois, ou até três, dias consecutivos. Melhor ainda quando era dia de semana e papai e mamãe zumbis tinham que trabalhar no dia seguinte. Como faziam? Não sei até agora como eles conseguiam, mas o fato é que eles trabalhavam, cuidavam do pequeno e ainda aguentavam a rotina noturna do dia seguinte. Super pais? Não, simplesmente pais... Pais zumbis.

Às vezes a mamãe se deparava com alguma amiga que tinha filho pequeno e sempre ouvia a mesma pergunta: "Ele dorme bem de noite?" E a resposta era sempre a mesma:"Não". Aí vinha o comentário: "Meu filho dorme super bem. Só acorda uma vez pra mamar e depois dorme até de manhã". No começo a mamãe sentia uma invejinha branca desse tipo de comentário. Desejava que seu filho fosse igual, tentava fazer de tudo para que seu filho conseguisse seguir uma rotina de noite, que acordasse de tantas em tantas horas, mas não adiantava. Muitas noites ela sentia raiva, não do filho, mas da situação. Era o cansaço falando, não o coração.

Depois de noites e noites mal dormidas, ela chegou a mais óbvia das conclusões: não adiantava querer que seu filho fosse igual ao dos outros. Cada criança tem um jeito, uma personalidade. Se Deus tinha dado pra ela aquele menino que precisava dos carinhos da mãe pra dormir, ela tinha que aceitar e fazer o melhor possível para dar o que ele precisava. Depois, quando ele já fosse mais velho, as coisas iriam mudar, mas por enquanto não havia nada que ela pudesse fazer, pois ele ainda era muito pequeno. E tem coisa mais linda do que um filho precisar da mãe de noite pra dormir bem? O filho dela queria a presença dela, o que havia de tão errado nisso? NADA!

E foi então que a mamãe aceitou sua condição de zumbi e resolveu que viveria feliz na Zumbilândia, junto com o papai zumbi, até o dia  em que seu pequenino resolvesse que estava pronto para passar para uma nova fase, mais independente, mas igualmente amorosa.


5 comentários:

  1. Adorei o post! :-)

    E é isso, mesmo! Cada bebê é diferente do outro. :-)

    No nosso caso, a gente resolveu o problema de acordar várias vezes de uma maneira bem simples e criticada por TODOS: dos 3 aos 8 meses o Guilherme dormia com a gente, na nossa cama, no nosso meio.

    Começou sem querer... e no começo eu tinha medo de um de nós dois amassá-lo... Depois vimos que pra GENTE funcionava bem e pra ele então, nem se fala. Dormir entre o papai e a mamãe, grudadinho, não deve ter ciosa melhor pra um bebê, né? ;-)

    Ele começava no quarto dele e meia-noite ia pra nossa cama. Depois disso, ele passou a acordar apenas 1 vez de madrugada. Aí gostamos e contra todos os conselhos, botamos ele no meio... ;-) (depois descobri que o nome disso é cama compartilhada e que é a solução adotada por muitos casais para ter uma noite mais tranquila de sono).

    Com 8 meses, ele parou de mamar (mas eu não tirei, ele foi parando aos poucos, por ele mesmo). E então passou a dormir a noite inteira (de meia-noite às 6:30).

    Foi quando vimos que não precisava mais dormir com a gente e ele passou pro berço que fica no nosso quarto. E com 1 ano e 1 mês passou a dormir a noite inteira no quarto dele.

    Mas qdo está doentinho, ele quer grude e eu ponho ele na cama com a gente. O problema é que ele está grande e agora fica desconfortável pra gente, mas ele pelo menos dorme. Depois que fica bom, volta pro quartinho dele numa boa, sem nenhum estresse...

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  2. (continuando - eu escrevo muito... aff)

    Sobre "cama compartilhada", existem inúmeros sites que falam sobre isso, mas o que achei mais interessante é o seguinte: eles dizem que isso de o bebê ter seu quartinho e seu berço é coisa recente, do início do século XX pra cá...

    Que antes as casas tinham poucos cômodos e que os bebês dormiam na cama com a mãe até ficarem grandes o suficiente e passarem para o quarto com os irmãos... E antes disso, então nem se fala... E essas reclamações de noites mal dormidas são reclamações do mundo moderno...

    Não sei se isso é papo furado ou não, mas pra aquela NOSSA fase (cada caso é um caso), deu super certo! ;-)

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  3. Hehehehe...vem junto com o filho o fato de nunca mais termos uma noite de sono completa e um sono tranquilo.

    Passa amiga, com o tempo você vai conseguir ser menos zumbi e dormir melhor. É fase! (hehehe...frase baaatidaaaa!)

    Bjocas cara de tapioca!

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